terça-feira, 24 de maio de 2011

O Evangelho de Mateus - Capítulo III

MATEUS - O EVANGELHO DO MESSIAS REI (Mt. 28.18-20)

§É o evangelho mais citado pelos primeiros escritores eclesiásticos (Pais da Igreja) do cristianismo pós-apostólico do século II d.C. A partir destas citações que acabou sendo aceito como o primeiro evangelho produzido;
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Mateus estabelece uma conexão com o Antigo Testamento, revela
o Messias-Rei prometido no Antigo Testamento aos judeus. O Novo Testamento é o cumprimento do Antigo Testamento (Mt. 1.22).


O primeiro ser vivente 
é semelhante a um 
leão 
(rei dos animais)


Mateus - Dados Pessoais do autor:

§Nome: Mateus (significa “dom de Deus”) e tinha por nome Levi (Lc. 5.27), conhecido como o publicano (Mt. 9.9 Mc. 2.14 Lc. 5.27);
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Origem:
Galiléia (próximo a Cafarnaum);
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§Ele é um judeu escrevendo para os judeus sobre Jesus, aquele que o chamou da posição considerável na coleta de impostos, para ser seu seguidor;
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Profissão:
coletor de impostos (Mt. 17.24-27).



Mateus - Características de sua obra:

§Possui 28 capítulos e 1.068 versículos;
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Período aproximado de redação: entre 50-55 d.C.;
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Seu público alvo era o povo judeu;
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Possivelmente escrito em aramaico e posteriormente foi traduzido
para o grego com o objetivo de alcançar os judeus helenistas (At. 6.1);
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Apresenta marcas de uma eclesiologia mais desenvolvida e dá
orientações à igreja (Mt. 18.15; 19.12; 27.6-7; 28.19; 5.23-24);
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Fontes de Mateus: “Q”, “M”, Protomarcos e tradições orais;
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Enfatiza os sermões de Jesus e tem característica profética.


Mateus - Objetivos de sua obra:

§Apresentar Jesus como o Messias dos judeus e o Rei de Israel (Mt. 1.1; 16.16-19);
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Mostrar que Jesus é o Messias prometido que cumpriu as profecias do Antigo Testamento, e que um dia estabelecerá seu reino, e reinará sobre o trono de Davi como o Rei dos Reis;




§Mostrar Jesus como o Rei-Messias: Na genealogia (Mt. 1.1,6,17), a visita dos magos (Mt. 2.2), e ainda (Mt. 20.30; 15.22; 21.15 e 12.23);
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Apresentar Jesus como novo Moisés (Mt. 5.1-12); Jesus proferiu
sua mensagem num monte, bom como foi com Moisés (Ex. 20.18; 24.17);
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Instruções voltadas para a igreja, sendo o único Evangelho a usar a
palavra “eklesia” (Mt. 16.13; 18.15-18; 21).


Mateus - Destaques:

§As “Logias” - Os cinco grandes 
discursos de Jesus:

1º) Sermão da Montanha (Mt. 5-7.28,29);

2º) Obra e conduta dos discípulos (Mt. 9.35; 11.1);

3º) O Reino dos Céus (Mt. 13);

4º) Problemas eclesiásticos (Mt. 18-19. 1,2);

5º) Escatologia (24-26. 1,2);
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Terminam assim: “aconteceu que concluindo Jesus...”

§Preocupação de harmonizar Jesus com o Antigo Testamento:
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1º) “não vim para destruir a lei” (Mt. 5.27,28);
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2º) “Eu porém vos digo...”; ampliando a aplicação da lei,
interiorizando-a (Mt. 1.22; 21.4; 26.54; 27.35) evocando os profetas, ele atingiria os judeus.
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O Reino de Deus
“Βασιλεία του Θεού” aparece 51 vezes; a tensão do JÁ! (Mt. 12.28) e o AINDA NÃO! (Mt. 25.34) estabelecendo uma dupla realidade (Mt. 13.24-30, 36-43).



Mateus - Esboço do Evangelho:

§1º) Introdução - Nascimento e infância de Jesus (Mt. 1-2);
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2º) Ministério de Jesus na Galiléia (Mt. 3-18);
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3º) Ministério de Jesus no caminho (Judéia-Jerusalém) (Mt. 19-20);
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4º) Ministério final de Jesus em Jerusalém (Mt. 21-25);
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5º) A crucificação e a ressurreição de Jesus (Mt. 26-28);


Mateus - Genealogia em Mateus:

§Esta genealogia é dividida em 3 grupos:
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§De Abraão a Davi: Marca o surgimento de Israel como nação;
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De Davi até o Exílio da Babilônia:
Período de sofrimento e escravidão;
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Do Exílio da Babilônia até Jesus:
Libertação do povo, transformação da trajédia em triunfo.


Mateus – Nomes atribuídos a Cristo:

§CRISTO: “De sorte que todas as gerações, desde Abraão até Davi, são catorze gerações; e desde Davi até a deportação para a Babilônia, catorze gerações; e desde a deportação para a Babilônia até Cristo, catorze gerações...” (Mt. 1.17);
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JESUS:
“... E dará à luz um filho e chamarás o seu nome Jesus; porque ele salvará o seu povo dos seus pecados...” (Mt. 1.21);
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EMMANUEL:
“... Eis que a virgem conceberá, e dará à luz um filho, e chamá-lo-ão pelo nome de Emanuel, que traduzido é: Deus conosco...” (Mt. 1.23).

segunda-feira, 9 de maio de 2011

O contexto cultural dos Evangelhos - Capítulo II


O contexto cultural dos Evangelhos (Política):


§Os judeus se encontravam sob o julgo romano, e julgavam suas questões religiosas através do Sinédrio, porém, não exerciam a pena capital, mas castigavam com as famosas “quarenta chibatadas menos uma” (Jo. 18.31);
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Os judeus eram tributados pelos romanos através dos publicanos;






O contexto cultural dos Evangelhos (línguas):


§Quatro línguas eram faladas:
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HEBRAICO: Era a língua pátria dos judeus, era mais usada no templo e nas atividades religiosas;





§ARAMAICO: Era a língua popular da palestina, usada pelos judeus após o cativeiro babilônico (Jr. 25.11) era derivado do alfabeto fenício;





GREGO: Era a língua predominante da época. O grego usado nos Evangelhos, era o grego “Koiné” (popular);




LATIM: Era a língua do império romano, falada pelos soldados e cidadãos romanos, era uma língua importante na época no contexto da palestina.




O contexto cultural dos Evangelhos (Infra-estrutura):



§Roma recolhia impostos de todas as regiões do império (Mt.22.17-22);
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Os impostos eram para manter o império, seu exército e para financiar obras públicas (estradas, pontes, edificações etc.);
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Curiosidade: A  rede de estradas e vias principais construídas pelos romanos, chegava à 80.000 quilômetros de extensão.



O contexto cultural dos Evangelhos (Crenças):


§Os judeus eram monoteístas - após a destruição de Jerusalém em 586, justamente em consequência da idolatria (II Cr. 36.14-16);
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Os pagãos eram politeístas;
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As liturgias pagãs envolviam até orgias entre sacerdotes e
ofertantes. Na cidade de Corinto havia um templo de Afrodite (Vênus) deusa do amor sensual com mais de 1.000 prostitutas cultuais para satisfazerem os “adoradores”.


O contexto cultural dos Evangelhos (Instituições e facções):

Sinédrio - Sinagoga - Templo

O contexto cultural dos Evangelhos – Instituições (SINÉDRIO):



§Era o supremo conselho que regia todas as questões religiosas dos judeus;
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Parecia com aquele grupo de anciãos formado por Moisés para que
o ajudasse no julgamento do povo (Ex. 18.25);
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Era composto por setenta homens. Não podiam decretar a pena
capital, por isso que levaram Jesus para Pilatos que era representante do império romano (Jo. 18.31).

O contexto cultural dos Evangelhos – Instituições (SINAGOGA):




§Surgiram no período do cativeiro babilônico para suprir a falta do templo que fora destruído;
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Era uma instituição com a finalidade de instruir os judeus em sua
religião e tradição;
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Era constituída em vários lugares; prova disso é que na maioria das
cidades visitadas por Paulo em suas viagens missionárias, ele encontrou uma sinagoga (At. 13.14; 17.1,2).

O contexto cultural dos Evangelhos – Instituições (TEMPLO):



§Local onde os judeus iam para oferecer sacrifícios, acabou virando lugar de comércio, e este comportamento fora condenado por Jesus (Jo. 2.13-16);
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O templo relatado nos Evangelhos era o mesmo que foi
reconstruído após o retorno do cativeiro (536 a.C.).


O contexto cultural dos Evangelhos – Facções (FARISEUS):


§Era a seita judaica mais influente no período dos Evangelhos, inclusive Paulo antes de sua conversão pertencia a ela (Fp. 3.5; At. 23.6); considerados hipócritas e tradicionalistas (Mt. 23);
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Eram muito influentes nas sinagogas, por isso que Paulo tinha
facilidade de falar para eles (At. 13.14ss; 17.1,2);


§Mais apegados á tradição oral que a Lei escrita. Seu nome deriva-se do hebraico “farash” que significa “SEPARA-SE”;
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§Eram legalistas mas acreditavam no mundo espiritual, ao contrário dos Saduceus (At. 23.8; Mt. 22.23).



O contexto cultural dos Evangelhos – Facções (SADUCEUS):


§Formado pela aristocracia judaica e dominavam o Templo e o Sinédrio e a administração política de Jerusalém;
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O Sumo Sacerdote era Saduceu;
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Não resistiram a destruição de Jerusalém
em 70 d.C.
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“Como não compreendestes que não vos falei a respeito do pão,
mas que vos guardásseis do fermento dos fariseus e saduceus?” (Mt. 16.11)


O contexto cultural dos Evangelhos – Facções (ZELOTES):


§Facção religiosa de caráter revolucionário, lutavam violentamente contra o império romano em defesa de Jerusalém;
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Foi o grupo que encabeçou a resistência armada à Roma que
culminou com a destruição de Jerusalém em 70 d.C.;
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Simão, um dos doze apóstolos, havia pertencido a este grupo (Lc.
6.15; At. 1.13)


O contexto cultural dos Evangelhos – Facções (ESSÊNIOS):


§Possuiam os mesmos ideais dos Zelotes, de libertação do domínio pagão, porém eram pacíficos; Viviam nos campos como uma comunidade agrícola;
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Sua principal característica era o isolamento, acreditavam que
vivendo assim estariam livres do julgo e influência pagãs;
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Tinham certa influência da cultura persa, como o dualismo, a idéia
da luta das forças do bem contra as forças do mal.


O contexto cultural dos Evangelhos – Facções (HERODIANOS):


§Partidários da dinastia de Herodes o Grande, consideravam seus sucessores como se fossem o Messias; Eram Idumeus (Edomitas), segundo Gn. 25.29-30 e Dt. 23.8, eles têm parentesco com os Judeus;
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Governavam sobre os Judeus a serviço dos romanos;
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Ficavam doutrinariamente entre os Fariseus e os Saduceus, e por
levar em conta a descendência messiânica de Herodes, também perseguiam a Jesus (Mc. 3.6; 12.13 Mt. 22.16).



O contexto cultural dos Evangelhos – Facções (ESCRIBAS):


Por causa da grande dispersão dos judeus criou-se a necessidade de se ter muitos exemplares da lei, já que cada congregação necessitava de uma cópia da lei. Os escribas eram estes copistas profissionais e tornaram-se peritos no estudo do texto sacro. Estavam em igualdade com os sacerdotes nos assuntos religiosos.