sexta-feira, 25 de março de 2011

ESTUDO DA CARTA AOS GÁLATAS















Carta aos Gálatas

5º texto neotestamentário

3º texto redigido por Paulo

Tema: Salvação pela Graça mediante a Fé

Data: entre os anos 49-58 d.C.

Local de escrituração: Antioquia entre 49/50d.C. ou Macedônia entre 56/58d.C.

O nome “Gálatas” vem dos gauleses, originários da Gália, que emigraram da Europa e ocuparam uma região da Ásia Menor (atual Turquia), no século II a.C. Trata-se, portanto, de uma região, e não de uma cidade. Paulo enviou esta carta para as igrejas na província da Galácia, uma área que incluía as cidades de Antioquia, Icônio, Listra e Derbe.

Gálatas contém divisões biográficas, doutrinárias e práticas de dois capítulos cada:

1º) Na primeira seção (caps. 1-2), Paulo defende sua autoridade apostólica.

2º) Na segunda seção doutrinária, (caps 3-4), Paulo apresenta uma série de argumentos e ilustrações para provar a inferioridade da lei em relação ao evangelho e para estabelecer o verdadeiro propósito da Lei.

3º) Na terceira, aplicação prática da doutrina ( caps. 5-6), Paulo exorta os gálatas pra usarem adequadamente sua habilidade cristã e para não abusarem da mesma. Ao invés de dar lugar ao pecado, o evangelho fornece meios para se obter a justiça que a Lei exige.

O tema central da carta é a liberdade como ideal, mas a realidade era marcada por um mundo organizado a partir da escravidão. A carta também é chamada de “Manifesto da liberdade cristã e da universalidade da igreja“. 

É o evangelho da liberdade, liberdade em relação a lei e em relação ao relacionamento dentro da própria comunidade (escravidão interna).

A carta de Paulo aos Gálatas pode ser considerada como uma precursora da Carta aos Romanos. É uma preparação para a Carta aos Romanos.

A motivação da carta é pastoral. Paulo começa a trabalhar uma metodologia mais sistemática. Gálatas vai tentar responder ao problema pastoral de outra forma.

Na comunidade dos Gálatas havia forte sincretismo religioso: tinham romanos, livres, escravos, judeus, judaizantes e de outras religiões.

Paulo defende seu apostolado. O apostolado de Paulo não era de origem humana, mas por designação de Jesus Cristo e do Pai; ele não consultou os apóstolos em Jerusalém antes de começar a declarar as boas novas; só três anos depois visitou brevemente a Cefas e a Tiago. (1:1, 13-24)

As boas novas que proclamava não foram recebidas da parte de homens, mas por revelação da parte de Jesus Cristo. (1:10-12)

Por causa duma revelação, Paulo, com Barnabé e Tito, foi a Jerusalém para tratar da questão da circuncisão; não aprendeu nada de novo de Tiago, Pedro e João, mas estes reconheceram que ele havia recebido poderes para um apostolado para com as nações. (2:1-10) 

Em Antioquia, quando Pedro erroneamente se separou dos crentes não-judeus, temendo certos irmãos visitantes de Jerusalém, Paulo o repreendeu. (2:11-14)

A pessoa é declarada justa somente pela fé em Cristo, não por obras da lei. Se alguém pudesse ser declarado justo por obras da lei, a morte de Cristo não teria sido necessária. (2:15-21)

Os gálatas receberam o espírito de Deus por terem aceito com fé as boas novas, não devido a obras da lei. (3:1-5)

Verdadeiros filhos de Abraão são aqueles que têm fé igual à dele. (3:6-9, 26-29)



Visto que aqueles que procuram mostrar-se justos por obras da Lei não conseguem guardá-la perfeitamente, eles estão sob maldição. (3:10-14)

A Lei não invalidou a promessa associada com o pacto abraâmico, mas ela serviu para tornar manifestas as transgressões e atuou como tutor, conduzindo a Cristo. (3:15-25)

Manter-se firme na liberdade cristã. Jesus Cristo, pela sua morte, libertou os que estavam debaixo de lei, tornando possível que se tornassem filhos de Deus. 
(4:1-7)

Retornar ao arranjo da observância de dias, meses, épocas e anos significaria retornar à escravidão e a uma posição semelhante à de Ismael, filho da serva Agar; ele, com sua mãe, foi despedido da casa de Abraão. (4:8-31)



Já que foram libertos do pecado e não mais estavam sob obrigação à Lei, deviam resistir a todos os que desejassem induzí-los a aceitar um jugo de escravidão. (1:6-9; 5:1-12; 6:12-16)

Não abusem da liberdade, mas cedam à influência do espírito de Deus, manifestando os frutos desse na vida e evitando as obras da carne. (5:13-26)

Reajustem num espírito de brandura a todo aquele que dá um passo em falso; mas todos, individualmente, têm a obrigação de levar sua própria carga de responsabilidade. (6:1-5)



Esboço de Gálatas

I. Introdução – 1.1-10
1. Saudação – 1.1-5
2. Motivo do escrito – defesa do evangelho: 1.6-10


II. Paulo defende seu apostolado – 1.11 a 2.14
1. Paulo recebeu seu evangelho diretamente de Cristo: 1.11-17
2. Paulo era independente dos 12 e de Jerusalém – 1.18-24
3. Paulo teve sua autoridade reconhecida pelos apóstolos de Jerusalém – 2.1-10
4. Paulo tinha tal autoridade que repreendeu a Pedro – 2.11-14


III. Paulo defende o verdadeiro evangelho – 2.15 a 4.31
1. Judeus e gentios são justificados pela fé – 2.15-19
2. Crucificado com Cristo, Paulo vive na fé do Filho de Deus – 2.20-21
3. Voltar à lei é insensatez – 3.1-5
4. O pacto da fé é anterior à lei de Moisés – 3.6-14
5. A lei não pode invalidar as promessas do pacto da fé – 3.15-22
6. A lei é um aio (pedagogo) para nos levar a Cristo – 3.23-29
7. Os crentes no evangelho não são escravos, mas filhos – 4.1-7
8. Os ritos da lei não têm valor algum – 4.8-11
9. A mudança de atitude dos gálatas – 4.12-20
10. A alegoria das duas alianças: escravos e filhos – 4.21-31


IV. Paulo defende a liberdade dos crentes em Cristo
1. Quem guarda a lei acabou com o espaço de Cristo – 5.1-12
2. A liberdade cristã é limitada só pelo amor – 5.13-15
3. Os crentes andam pelo Espírito – 5.16
4. Há uma luta constante entre o Espírito e a carne – 5.17-18
5. As obras da carne – 5.19-21
6. As obras do Espírito – 5.22-25
7. A simpatia que se deve ter com os que caem – 6.1-5
8. A lei da ceifa e da colheita – 6.6-10
9. O contraste entre os motivos de Paulo e os dos judaizantes – 6.11-17


Conclusão: a bênção – 6.18
Analisando o esboço e lendo alguns trechos que são chaves no pensamento do apóstolo, podemos ter uma idéia do conteúdo da epístola e do relacionamento correto entre a lei e o evangelho. Esta é uma das mais necessárias tarefas, hoje: descobrir a relação correta entre o evangelho e a lei.

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